Reunião Conselho Municipal Atenção à Diversidade Sexual_15/02/2012





Ata do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual.

Assunto: Reunião referente ao dia 15 de fevereiro de 2012

Iniciada às 13 horas e 30 minutos do dia 15 de fevereiro de 2012, no auditório do prédio São Joaquim da Secretaria de Participação e Parceria, a segunda reunião do ano de 2012, do Conselho Municipal de Atenção a Diversidade Sexual.

·        Discussão específica sobre a Saúde (Celso)
·        Informes:

Dário: Franco esteve com o Secretário de Governo, que nos colocou em contato com a advogada da secretaria; passamos o histórico e as propostas da II Conferência Municipal LGBT e ela nos ajudará na elaboração do plano municipal de combate a homofobia. Nos enviará algo até semana que vem já feito convite para vir na próxima reunião e nos informar quais propostas do plano já podem ser definidas via decreto (um decreto para institucionalizar o plano e outros estabelecendo formas de realizar o plano). Pomba entende que o ideal é trabalharmos com diretrizes, e não propostas concretas (no plano). Celso só acha ruim pela questão dos prazos, pois esta gestão está acabando e o plano é intersetorial, exigindo grande esforço para que aconteça. Não sabemos como será a nova gestão. Dário diz que já fizemos contato com todas as secretárias, via ofício/CADS, mas como não responderam, Franco falou com secretário da SMPP, para tentar realizar apoio das secretarias, estamos nesse ponto. Paulo fala da importância de termos o decreto do plano aprovado nessa gestão, para podermos pressionar a próxima a cumpri-lo. Pomba diz que plenária do movimento LGBT paulista quer discutir plano municipal, aonde temos que fazê-lo. Indaga se podemos usar auditório da prefeitura em um sábado. Paulo confirmará. Dário considera que é importante o sábado para fins de melhor comparecimento da sociedade civil. Pomba diz que assim podemos já ter adiantado o plano municipal. Reunião aberta com a sociedade civil para questão do plano. Dr. Walter considera que não precisamos nos preocupar com a próxima gestão, mas fazer plano de tal sorte que a próxima gestão tenha que assumi-lo (não tenha que descumpri-lo), estabelecendo-o como política pública.

Saúde

Celso fala que temos que discutir dados da epidemia, interfaces e etc. Reginaldo fala sobre diversidade e propôs formação de GT para trabalhar o tema, porque epidemia inicialmente trabalhou com conceito de “grupo de risco”, hoje superado pelo conceito de “vulnerabilidade”, de forma não estigmatizante. Prevenção não se limita a dizer para usar preservativo, mas também empoderar as pessoas em situação de vulnerabilidade, diálogo etc. Ficou-se por um tempo “proibido” falar da vulnerabilidade da população LGBT, não se fala para fugir do estigma, mas é preciso tocar no assunto. Por isso a importância do GT. Importante assim diálogo da CADS para tanto: como fazer prevenção de massa sem estigmatizar e sem voltar a noção de grupo de risco. Paulo fala que concorda, mas que temos que ter cuidado para não dizer que a AIDS aumenta entre jovens gays, pois aumenta entre jovens homens em geral e dizer aquilo traz de volta noção de “grupo de risco”. Dário diz que a saúde deve ser trabalhada de forma integral, e não apenas no viés da AIDS. Tem impressão de que a sociedade civil focou-se apenas na AIDS, ignorando o restante. Não se podendo ignorar AIDS, mas não se pode ficar só nela. Reginaldo concorda, mas diz que quando fala em “tocar no assunto” da AIDS é no sentido de a omissão ser estigmatizante, donde temos que deixar de nos omitir sem que gerar estigmatizações. Celso diz que um dos desafios com o movimento social é a não-substituição da política de direitos humanos pela política de prevenção. Temos que ver como trabalhar a prevenção no contexto do combate a homofobia. Logo o plano de combate a homofobia deve se alinhar a esse tema (HIV+ no SUS, quando se deve oferecer tratado de qualidade), mas devemos evitar que as pessoas cheguem no SUS com HIV+. Reginaldo: a contaminação pelo HIV é resultado de um histórico de opressão e vulnerabilidade. Dr. Walter considera fundamental entendermos todo o histórico de exclusão, entendê-la, este é o caminho. Enquanto se combateu o racismo pelo racismo, não deu certo, mas quando se discutiu o valor do negro, começou a dar certo, donde o mesmo valerá para LGBTs, que são discriminados pala própria família. Celso diz que se instituições de saúde não atendem o marco legal, devem ser denunciadas. O sistema de saúde tem escrito normas, mas não se muda comportamento por normas, isso ocorre por um processo de diálogo com as bases (sociedade civil). Temos que estimular a denúncia se o SUS não atende adequadamente a população LGBT.
Pomba diz que o governo federal vetou propaganda direcionada a LGBTs. Em 2002, houve propaganda para gays no foco da família, discutindo a importância do preservativo. Sociedade tem que saber que o governo está do nosso lado. Quer saber se parceria de ONGs e trabalho de prevenção do Arouche têm dado resultados. Dindry diz que o trabalho é de cidadania, diálogo e esclarecimento. População local notou melhora na limpeza e no comportamento de quem freqüenta a praça. Houve um crescente positivo sobre o trabalho. Dário devido a dificuldades na falta de articulação entre secretarias, devemos melhorar esses diálogos, hoje muito burocratizados, o que é um grande problema na execução das políticas respectivas (prevenção para pessoas sem moradia, e educação etc). Movimentos sociais muitas vezes não se identificam com o governo, havendo tensionamento e desconfiança ao invés de diálogo. Instituições por vezes dialogam somente em um primeiro momento, depois tratam movimento com repressão, gerando desconfiança nos novos temas... Devemos restabelecer relação de confiança dos grupos vulneráveis de coisa pública. Cristiano: considera que não dá para mensurar exatamente resultados de trabalhos de prevenção, mais ter impressão positiva. A vulnerabilidade é grande na comunidade gay e sua superação depende de como se trabalha o tema. Já ouviu discursos de pessoas LGBT religiosas de que, tendo descoberto serem soropositivos, por considerarem não ter salvação e não ter esperança de acolhimento pela família, igreja e comunidade, para que se cuidar? Logo, vulnerabilidade decorre de homofobia. Paulo retoma a fala de Celso para concordar que normas sozinhas não mudam comportamentos, mas que elas são importantes para organizarem o sistema e salvaguardarem direitos, sendo elas, assim, importantes e necessárias, embora, evidentemente, desde que feitas com o devido diálogo com os movimentos sociais.
Lílian diz ser necessária confiança da população no serviço público. Sobre a saúde do trabalhador, considera que a promoção de seminários é um dos mecanismos de difunde a o diálogo entre os diferentes setores do governo. Sendo aprovado o seminário, é importante conselho ser ouvido, mais deve ser feito logo, pois já se está analisando questões do seminário na sua secretaria.  Dr. Walter: o problema não é homofobia, ela é só preconceito em geral, um retrato do recrudescimento atual tradição e preconceitos em geral. O acolhimento é muito importante. No instante em que a pessoa entra, ela é acolhida na Comissão Municipal de Direito Humanos. Há um circulo de trabalho: acolher e ensinar a acolher. Reginaldo concorda com Cristiano sobre auto-estima ser fundamental: faz prevenção quem tem projeto de vida, idéia de que será um amanhã melhor. Quem tem que procurar comida no lixo não se preocupa com prevenção DSTs. A saúde não dá conta de tudo sozinha, é preciso trabalhar em rede. Temos que criticar construtivamente, mas valorizando a coisa pública – privatização não é salvação da pátria. O serviço público não é o ideal hoje, temos que denunciar quando necessário, mas ele deve ser um aliado, até porque não trabalha sobre o lucro como o setor privado. Dário: o desmantelamento realmente só favorece privatização, devem existir locais de operações de políticas públicas para amparar a sociedade civil. Reginaldo: necessitamos de apoio recíproco para pressão política.
Celso: nem sei como explicar a quantidade de produção de AIDS. Propõe pontes que nos façam refletir melhor como resolver esse problema. Questiona o que é a família para o governo e para a igreja. Diz também que a quantidade de propostas de editais é muito pequena. Sua idéia é juntar a Rede SUS com a Rede de Combate a Homofobia, mas indaga de que forma o conselho pode ser mais ativo e agir junto com a saúde. Dário: uma das preocupações da última conferencia foi exatamente fazer esse movimento. O conselho como um corpo acaba não assumindo esse problema. O plano vem a partir do que vem da conferência. Temos as propostas da conferência, que iremos transformar em um plano. O plano não é propriamente do governo, mas um pacto da sociedade civil com o governo. Lílian: a intenção do seminário é de chamar os grupos e colocar a voz dessas pessoas que realizam esses trabalhos. Na outra reunião foi colocada a organização do plano. Dário fez uma proposta de fazermos uma agenda, para trocarmos idéias para poder preparar estratégias. Pensa em fazer algumas articulações.
Maria Silva: tudo o que foi falado aqui eu já ouvi muitas vezes. Teve avanços sim, mais vocês falam assim: “Vocês das Secretárias tem que fazer alguma coisa”, não pensem vocês que nós não tentamos. É muito difícil fazer um trabalho que pegue todas as Secretarias.
Dário: as propostas são propostas da sociedade civil. Acho que já temos essa proposta. Mas até quando vamos ficar propondo? Dr. Walter: o trabalho deve ser feito corpo a corpo, todos trabalhando em uma só coisa, e colocar os pés no chão. Está sendo criado um núcleo de Direitos Humanos nas Sub-Prefeituras.
Lílian: minha proposta é montar um grupo com o pessoal do Arouche, e montar uma agenda, para ouvir a população do Arouche. Dário: o processo é como dar conseqüência no que foi dito. Pensar em curto, médio e longo prazo sobre o que deveria ser feito.

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